Será que chamar Permacultura de “fácil” encaminha os Novatos ao Fracasso?

[fancy_box id=5]Temos o prazer e a honra de ter autorização do Permaculture Research Institute para traduzir para PORTUGUÊS o conteúdo fantástico que eles disponibilizam no blog deles. Achamos o conteúdo deles valiosíssimo e achamos que mesmo quem não sabe Inglês MERECE ter acesso a esta informação. Espero que gostes[/fancy_box]Artigo original em Inglês por Kristan Patenaude 

Permacultura é um conceito relativamente novo para mim – e simultaneamente, não o é. A ideia de trabalhar com, em vez de contra, a Natureza de forma a criar sistemas infinitamente sustentáveis faz sentido para mim a um nível basilar, apesar de não ser uma prática actual minha. O meu passado académico e mentalidade emocional trouxeram-me diretamente no caminho de cuidar da Terra, cuidar das suas pessoas, e devolver qualquer tipo de excedente criado de volta à Terra.

Tem sido uma viagem que me abriu os olhos, mergulhar no mundo da Permacultura e aperceber-me o quão profundamente flui. Em tão poucas palavras, parece como uma forma ideal e fácil de viver.

Mas será mesmo? Se sim, como pode ser transmitido simplesmente a novatos, como eu? E se não é, como podem permacultores partilhar as suas ideias sem dissuadir os mais facilmente dissuadíveis?

Compostagem? Eu faço isso! Agro-florestas? Bem, tenho muitas ervas daninhas no quintal, portanto estou basicamente a fazer isso. Recolher água da chuva? Eu consigo absolutamente fazer isso – e parece tão simples. As pessoas estão a fazer muito da Permacultura parecer fácil e realizável, até para aqueles entre nós que são novos na aprendizagem do tema. Num mundo onde DIY estão prontamente acessíveis no Pinterest, muitas pessoas desejam saltar de pés juntos a experimentar coisas novas.

Queremos acreditar que o produto final que vemos é um que nós iremos capazes de fazer nós mesmos, e que o nosso parecerá exatamente como o que vemos no ecrã. Mas há, claro, os temidos “fails Pinterest” e uma certa quantidade de desânimo que vêm por acréscimo. A percepção que algo não é tão fácil como parece pode ser o que desliga muitos de nós a tentar aprender novas competências.

Para adquirir uma nova audiência, os permacultores precisam de explicar aos “inquilinos” destas práticas sem causar o desânimo e afastamento daqueles que podem não ter sucesso imediatamente, ou que talvez não compreendam as profundezas a que esta ciência pode chegar.

Permacultura não é sempre fácil. Requer algum nível de envolvimento, a ser decidido pelo utilizador. Como Damien Bohler explica em The Essential Practical Nature of Permaculture,

“Permacultura não é difícil e as competências necessárias para implementar design em permacultura podem ser adquiridas por qualquer um, no entanto, são competências que precisam de ser aprendidas. Reconhecer que existe uma necessidade de aprender, que há a necessidade de encontrar um ponto de partida prático, que nem toda a gente pode simplesmente largar tudo e imergir a sua vida num treino a full-time, prático e intensivo…”

green leek plants in growth at garden

Permacultura não é um projeto DIY que deva ser iniciado sem alguma pesquisa inicial, mas deve ser acessível a qualquer um, desde que estejas disposto a trabalhar em direção a um objetivo. Há livros para ler, especialistas no terreno com quem aprender, e cursos que te podem levar tão longe como um Certificado de Design de Permacultura. A um membro recentemente iniciado, a quantidade de trabalho pode parecer avassalador, especialmente quando permacultores experientes dizem que é fácil.

Quão envolvido precisa alguém de estar para ser considerado parte deste movimento? Será que esta cultura se preocupa com as pessoas rejeitarem a ideia pela sua possível complexidade?  Parece que aqueles que conseguem mergulhar com profundidade suficiente para criar complexos sistemas sustentáveis inteiros devem, claro, ser aplaudidos (e de admirar maravilhosamente boquiaberto, se fores como eu) – mas também que qualquer tipo de projeto de permacultura que seja empreendido com energia positiva devem ser homenageados e aplaudidos.

Jonathon Engels, no seu “Se Isso não é Permacultura, o que é?”, ressoa muito com esta ideia.

“Consequentemente, nem todos vão embarcar na mesma missão que o próximo, mas é o esse movimento coletivo na direção em algo verdadeiramente melhor – para nós mesmos, outros, e o planeta – que resulta nas grandes mudanças necessárias.”

Talvez as minhas árvores por podar e pequena pilha de compostas sejam significativas. São importantes porque mostra que estou a tentar estar envolvido em permacultura. Estou a trabalhar para aprender através da leitura e comunicação com os outros. É nestes pequenos feitos que vêm as representações de sucessos maiores de novos permacultores. Quer estas ações tenham sido fáceis para mim, ou incrivelmente dificeis devido a qualquer circunstância, a importância vem do esforço e intenção.

Encorajamento é uma das mensagens mais importantes a transmitir àqueles mais recentes a esta filosofia. Quando um novato tentar criar um sistema solar de bombeamento de água ou um riacho no jardim mas não tem sucesso, reassegurá-la pode fazer a diferença entre tentar de novo ou desistir completamente. Dar confiança àqueles que nós que, efetivamente não sabem o que estão a fazer, mas sabem que querem tentar, pode ajudar-nos a esforçar-nos mais e procurar métodos mais eficientes.

É também vital que se partilhe informação e fornecer treino de modo a envolver mais pessoas. Haverão sempre aqueles que esperam poder atalhar em quantidades significativas de estudo na esperança de encontrar um video rápido que lhes mostrará o que fazer, mas essas pessoas também merecem uma oportunidade de pertencer a este movimento. Eu penso que é por isso que é tão importante reconhecer as dificuldades que acompanham muito da permacultura, enquanto ao mesmo tempo ser uma voz de suporte para aqueles que estão apenas a começar.

Permacultores trazem um grande elemento de inspiração com eles. O seu foco e determinação, quando combinados com compreensão e apoio, podem levar a permacultura a uma nova geração de pessoas que esperam resolver problemas da forma “mais fácil” possível.

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